encontro sem enfrentamento
o diálogo é precisamente isto: encontro sem enfrentamento. trata-se de uma arte, de um hábito a ser conquistado com muito empenho, pois não nos é inato: a história ensina isso.
não basta estender uma manta sobre a grama verde do campus e esperar que o ajuntamento resulte no diálogo. não é suficiente falarmos de minorias se as minorias só falam na dinâmica da autorreferência: mesmo ao ar livre o ar fica viciado. tampouco basta falarmos da vontade da maioria se a mesma não é capaz de discorrer acerca de si para além da autorreferência, ignorando portanto sua diversidade intrínseca, cuja unidade só é possível por haver essa maioria sujugado suas muitas diferenças/contingências internas a um ponto comum/essencial: por que não pensar assim fora do sistema autorreferente e contemplar o que há de comum com a minoria? freud explica.
do mesmo modo que a dor passa doendo, o diálogo só se dá quando nos permitirmos ao encontro. em "À escuta do infinito: estamos mais perto de Deus?" o encontro sem enfrentamento acontece: ciência e religião. o cientista mundialmente premiado, marcelo gleiser, e o cardeal gianfranco ravasi, deveras respeitado no meio acadêmico, dialogam cordialmente. a leitura é um bom exercício para quem acha que a luta entre os diferentes é o único horizonte cósmico/humano/social possível, pois aos que apregoam o conflito como a única solução restará apenas a sobrevivência, enquanto os que ousam experimentar o encontro sem enfrentamento gozarão a convivência.
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~ m. gabriel d'almeida ~
🕈
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